Paulo Silva é membro de Kana Kaiana, grupo brasileiro estabelecido em Compostela.
O objetivo de Kana Kaiana está claro: «mover-se!». O trio formado por Sérgio Sales, Fábio Bão e Paulo Silva fai música para «divertir, dançar e extravasar», misturando os ritmos brasileiros baião, forró, sambalanço e afoxé aos ritmos mais internacionais, como o reggae. Som considerados «os autênticos representantes da MPB», isto é, «música para balançar».
Do éMundial falámos, precisamente, com o Paulo Silva, para achegarmos ao nosso público a proposta musical que nos trarám a 9 de julho à Sala Nasa.
P: Brasileiros/as na Galiza. Como foi isso?
R: Eu por minha parte cheguei de casualidade porque um amigo me tinha comentado que era um lugar muito bonito, agradável e barato de se viver. E isso foi suficiente para atrair-me e desde 4 anos estou aqui, muito feliz.
P: No Brasil, um galego é um europeu. Antes de virdes à Galiza, sabíeis algo da nossa terra? Mudou a vossa perceçom após chegardes?
R: Eu não tinha idéia que existia uma língua galega e já tinha ouvido falar da Galiza, mas muito pouco e nada concreto de como era as pessoas e o estilo de vida.
P: Donde vem o nome da vossa formaçom?
R: O nome Kana Kaiana vem de uma letra de uma cançao de Alceu Valença, grande cantor e compositor brasileiro, referência no cenário brasileiro, com súa música nordestina cheia de ritmo e poesia! A canção se chama Morena Tropicana e está no nosso repertório.
Kana, de cana de açúcar e caiana me imagino que vem de Caiena que é a capital da Guiana Francesa, onde parte da sua economia é baseada no cultivo e exportação da cana de açúcar.
Tem que ser como um adjetivo enfático da doçura da morena abordada na letra da canção: «Linda morena, fruta de vez temporana caldo de cana caiana , vou te desfrutar!!».
P: Os ritmos do Brasil combinam ou intentades fusionar com a música popular galega para ‘gostar’ aqui?
R: Normalmente as pessoas em geral já têm uma tendêcia a estarem abertos à música brasileira , então o que fazemos e tocar a mais pura raíz brasileira com o nosso sentimento, ainda que toquemos muitos reggaes —que não é um ritmo típicamente brasileiro mas já faz parte da nossa cultura e creio que de muitas— , também brasileiros, ainda assim com a nossa própria interpretação…
P: Galegas/os percebemos as vossas letras num concerto?
R: Depende da canção, muitas sim. Outras de repente não muito, uma palavra ou outra, mais que nada porque são palavras sem tradução ou algumas inclusive são gírias.
P: Quando tocais na Galiza, pedem-vos “otra“, “outra” ou “mais uma”?
R: Normalmente, se é pelo gosto do público não saímos do palco [risos]. Nos pedem normalmente mais três, logo de uma vez… [risos].
P: A vós, em que língua se vos dirigem mais?
R: Eu, muito em ‘galego’ e ‘brasileiro’ de maneira equilibrada, porque como há muitos brasileiros , termino falando muito o meu idioma (por sorte).
P: Que pode esperar o público que se achegar ao éMundial para assistir ao vosso espetáculo?
R: Que se estão abertos para dançar, sentir a boa energia que temos para compartir e conhecer um pedacinho mais de Brasil na nossa visão, seguramente vão desfrutar muito!!