Guerra da Cal, protagonista do éMundial polo centenário do seu nascimento

Hoje, dia 6, lançamento do site dedicado ao seu centenário, bem como umha antologia poética.


As atividades para hoje do éMundial incluem duas atividades com Ernesto Guerra da Cal como protagonista. No centenário do nascimento doilustre escritor ferrolano, a Academia Galega da Língua Portuguesa criou um site comemorativo e editou umha Breve Antologia Poética (ediçom de Carlos Durão). Os dous contributos serám objeto de apresentaçom pública este serão, a partir das 20:30 horas, no centro social A Gentalha do Pichel (Rua Santa Clara nº 21, rés-do-chão; Santiago de Compostela).

A apresentaçom do site corresponderá ao académico Joám Evans Pim, enquanto o lançamento da antologia será responsabilidade pola académica Concha Rousia.

O site

Captura de ecrã do website do centenário de Guerra da Cal

A Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), com o apoio doutras entidades cívicas, comemora o 100 aniversário do nascimento do professor, investigador e poeta galego Ernesto Guerra da Cal (1911-1994) com o lugar web Centenário Guerra da Cal. O lugar acolhe e solicita materiais sobre a sua vida, obra, época e legado intelectual. Para doar materiais, pode utilizar-se o contato na própria página web.

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A antologia

A seguir reproduzimos o texto publicado no website da AGLP em relaçom com a antologia que hoje se apresenta.

Chegado o ano do centenário de Ernesto Guerra da Cal, já não é para ninguém surpresa que na sua pátria continue a ser ignorado, quando não vilipendiado e maldito, o nosso poeta, por se ter atrevido, desde o exílio, a dizer as verdades palmares sobre o português da Galiza (e antes ter combatido o fascismo espanhol com as armas na mão).

O mais graúdo da mocidade galega sim lhe ofereceu homenagens, e realizou congressos na sua honra, nomeadamente a

Breve Antologia Poética de Guerra da Cal (ediçom do Carlos Durão)

Associaçom Galega da Língua e as Irmandades da Fala, e editaram parte da sua obra poética, pondo em destaque os seus seminais poemários Lua de além-mar e Rio de sonho e tempo. Mas faltava uma antologia manual, que recolhesse o mais repres entativo da sua criação. É esta uma tarefa sempre ingrata, mas necessária, que hoje recaiu na Academia Galega da Língua Portuguesa, entidade prevista e desejada por ele (como também pelos seus colegas Ricardo Carvalho Calero e Manuel Rodrigues Lapa). 

A sua poesia foi saudada como “metafísica” pelos seus primeiros críticos, e é justo que este pendor fique refletido nesta escolha. Mas esta poesia dacaliana é arquitetada, como que feita pelas mãos do artesão que ele era, pois ao longo da sua vida construiu com palavras e com cantaria, criou com versos e com carpintaria, forjou com erudição e com ourivesaria: como testemunham as suas obras impressas e as suas obras pronunciadas, debuxadas, talhadas, armadas; os móveis e as casas que construiu nos seus exílios de três países e dous continentes; e como testemunham também o poeta anglófono D. C. Warnest (autor de Homage to Federico Garcia Lorca on the 30th Anniversary of his Death e de A Tragic Celtic Rose, dedicado a Rosalia) e o ilustrador gráfico Raguer Caldas (das capas de poemários seus), além doutros heterónimos seus: Nestore D’Alguecarra, Rad Calaguer, Ernst Krieg von Kalk, Ernest Limewar…

Este aspecto, digamos lúdico, da sua poesia, também fica refletido na antologia, bem como o seu veio erótico. Muito mais se poderia ter incluído, mas impossível dentro do número de páginas imposto pelas características de uma pequena edição de bolso. Fique esta como primícia antológica doutras edições futuras da sua obra (e não só poética) na Terra onde nasceu. O seu pecado foi o de Prometeu. E também a sua glória.

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Significativamente, esta Breve Antologia Poética, como reza o subtítulo da obra, foi apresentada em 25 de abril de 2011 junto com o site comemorativo do centenário do nascimento de Ernesto Guerra da Cal (http://guerradacal.academiagalega.org). Trata-se apenas de um prelúdio da merecida homenagem que o saudoso professor receberá na Galiza e no resto da Lusofonia da mão de mais de 20 entidades científicas, educativas e culturais.

 

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